terça-feira, 1 de maio de 2012

Reflexão.

Uma breve reflexão sobre a luz e a iluminação do ponto de vista grego, hindu e budista.

Partindo das afirmações de Rodney sobre as más interpretações das 4 verdades absolutas de Buda, vem a questão do que é de fato a iluminação. O que Buda ensina é filosofia, o caminho, que cada um deve seguir por si só. Mas esta filosofia de vida, do modo de pensar o mundo e a si próprio são a iluminação? O que é a luz?

No mundo grego, assim como no das pessoas que falam português a questão da luz está muito presente, uma vez que estes mundos têm para o verbo ver o referencial dos olhos e da mente. “Agora sim está claro”. “Agora eu posso ver”. Estas são frases dcaverna-de-plataoe conotação ambíguas que traduzem tanto uma situação que se refere aos olhos ou a uma nova idéia que seja. Platão mostra muito bem isso em sua alegoria da Caverna, que quanto mais à luz se chega, ou seja, fora da caverna, mais se é “sábio”, mais se chega a ser filósofo.
Porém, na Índia, país de origem de Sidarta, Gautama, Buda teria a mesma conotação? Para isso, não saberia a resposta. Talvez sim ou talvez não. Mas o ponto que gostaria de seguir é esta que os hindus têm a luz como algo que nos mostra as cores das coisas, como também diz Platão na República, ela é o terceiro elemento depois do objeto e o próprio olho. Estas cores, para os hindus, como é dito no Bhagavad Gita, são as cores do mundo material que confundem a mente, a iludindo que este mundo é real ou que seja ou o único dos mundos, o mundo material. Ou seja, cá a luz não é um bem.
Todavia, de acordo com as afirmações de Rodney, a “luz” de Buda, mesmo que o próprio Buda não faça esta analogia, é como se fosse a luz do nascer da vida. Por exemplo: quando a mulher dá a luz a uma menina ou menino. O indivíduo que está na barriga da mãe só conhece a obscuridade e, quando de fato nasce, conhece a luz. Deste modo, a luz é o encontro do ser nascente ao mundo. Ser este que não possui consigo juízos e experimenta tudo com o vislumbrar da primeira vez. Pois, estes que fazem do mundo sua medida, pensam que o mundo é nascente para eles e não o contrário, que é o mais plausível, uma vez que nascemos e o mundo já está aqui. Ademais, os seres, como seres temporais, carregam hábitos e vícios por osmose da sociedade ou mesmo inércia, pois vivem em sociedade. Sendo, desta maneira, um ser carregado de juízos da sociedade. Mas o que Buda pensa sobre isso?

Buda pensa do ponto de vista individual, como mostra Rodney quando fala do Caminho Óctuplo.
“Linguagem Apropriada, Pensamento Apropriado, Compreensão Apropriada, etc.” Rodney
Ou seja, não se trata de seguir a moral da sociedade ou do que uma maioria diz. Mas seguir o que o indivíduo entende por isto, do que entende por si. Afinal, Buda mesmo diz para não seguir o que o outro fala, nem o que ele fala, mas, sim, o que nós falamos (pensamos). Nós nascemos sozinhos das barrigas de nossas mães e a iluminação, ao que parece, é poder ter esse nascimento de novo para o mundo. Pois, antes da humanidade não existia moral, juízos etc. Buda nos encaminha ao equilíbrio e ao como viver nossas vidas sem um peso que penderia nossa balança em desequilíbrio. Assim, nos renovamos a cada luz, a cada iluminação. Vivemos o mundo e não o mundo a nós.
    


Tudo o que somos é o resultado do que pensamos; está fundamentado em nossos pensamentos e está dentro de nossos pensamentos." (Buda)

"Avançando estes três passos, chegarás mais perto dos deuses: Primeiro: Fala com verdade. Segundo: Não te deixes dominar pela cólera. Terceiro: Dá, ainda que não tenhas mais do que muito pouco para dar."(Buda)
"Como flores formosas, com cor, mas sem aroma, são as doces palavras para o que não obra de acordo com elas." (Buda)
"A dor é inevitável mas o sofrimento é opcional." (Buda)
"Não há incêndio como a paixão: não há nenhum mau como o ódio."
"A paz vem de dentro de ti próprio, não a procures à tua volta." (Buda)
"A compaixão e o amor são as virtudes mais preciosas da vida. Por serem muito simples, são difíceis de serem colocados em prática. A compaixão só poderá ser plenamente cultivada à medida que se reconhece que cada ser humano é parte da humanidade e pertencente à família humana, independente de religião, raça, cultura, cor e ideologia. A verdade é que não há diferença alguma entre os seres humanos." (Buda)
"Poucos estão entre os homens que chegam à outra orla; a maior parte cor
e para cima e para baixo nestas praias." (Buda)
"Longa é a noite para o que jaz desperto; longa é a milha para o que vai cansado; longa é a vida para o néscio que não conhece a verdadeira lei." (Buda)
"Para ensinar aos demais, primeiro tens de fazer algo muito duro: endireitar a ti mesmo." (Buda)
"O insensato que reconhece sua insensatez é um sábio. Mas um insensato que se crê sábio é, em verdade, um insensato." (Buda)
"O ódio não diminui com o ódio. O ódio diminui com o amor." (Buda)
"Nem sequer um deus pode transformar em derrota a vitória de quem venceu a si mesmo." (Buda)
"A reflexão é o caminho para a imortalidade, o nirvana; a falta de reflexão, o caminho para a morte." (Buda)
"A mulher é má. Cada vez que se lhe apresente a ocasião, toda mulher pecará." (Buda)
"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde; Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro; Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido." (Buda)
"O que somos hoje e o que seremos amanhã depende de nossos pensamentos. Se procedo mal, sofro as conseqüências, se procedo bem, eu mesmo me purifico." (Buda)
"O louco que reconhece a sua loucura possui algo de prudente; porém, o louco que se presume sábio, esse está realmente louco." (Buda)
"O verdadeiro culto não consiste em oferecer incenso, flores ou outras coisas materiais, mas no esforço por seguir o caminho daquele a quem se reverencia." (Buda)
"Não busco recompensa alguma, nem mesmo renascer num paraíso; procuro porém, o bem dos homens, procuro reconduzir os que saíram do caminho, alumiar os que vivem nas trevas e no erro, banir do mundo toda pena e sofrimento." (Buda)
"Não creia em coisa alguma com base na autoridade de mestres e sacerdotes; não creia em coisa alguma pelo fato de lhe mostrarem o testemunho escrito de algum sábio antigo. Aquilo, porém, que se enquadrar na sua razão e depois de minucioso estudo for aceito pela sua inteligência, conduzindo ao seu próprio bem e ao de todas as outras coisas vivas, a isso aceite como verdade e por isso paute sua conduta." (Buda)

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